| Notícia da Câmara |
22/10/2009
ENTREVISTA: Idealizador do Projeto Terra Paulista – Mogiana fala sobre a proposta  Adolfo Schmukler, vice-presidente do ISDAS, conta como surgiu o instituto e sobre a criação do Conselho Regional de Desenvolvimento Sustentável
Poderes Executivo e Legislativo e sociedade civil de cinco municípios unidos em busca de desenvolvimento auto-sustentável. Assim pode ser resumido o Projeto Terra Paulista – Mogiana, cuja implantação está sendo discutida por prefeitos, vices e presidentes das Câmaras de Santa Rita do Passa Quatro, Descalvado, Porto Ferreira, Santa Cruz das Palmeiras e Tambaú.
A proposta vem sendo apresentada, em encontros de lideranças dos municípios participantes, pelo Instituto de Sociedades em Desenvolvimento Auto-Sustentável, organização da sociedade civil de interesse público (OSCIP), fundada em 1992, com a missão de promover o desenvolvimento sustentável.
Nesta entrevista, o arquiteto Adolfo Schmukler, fundador e atual vice- presidente do ISDAS, fala sobre o Projeto, que envolve a articulação de agentes públicos e privados para apoiar políticas públicas e estratégias privadas voltadas ao desenvolvimento sustentável.
Pergunta - Como e quando surgiu o ISDAS e quais projetos já foram executados pelo instituto?
Adolfo Schmukler – O ISDAS foi criado em 1992, por ocasião da Eco 92. É uma ONG foco em sustentabilidade. Nos primeiros cinco anos, trabalhamos em projeto de aplicação ambiental na região de Campinas e bairros periféricos Capital. De 1999 a 2005 desenvolvemos seminários específicos de sustentabilidade em universidades e empresas, destacando, em 1996, na FGV (Fundação Getulio Vargas) de explanação do Projeto Terra do Sol. Em 2005 foi assinado convenio pelo então governador Geraldo Alckmin (SP), com Israel e Câmara de Comércio de Israel, de onde surgiram as bases do Projeto Terra do Sol.
Em 2006 foi feita a primeira proposta do projeto destinado a pequenos produtores com foco na hortifruti, em Jales (SP). Por falta de recursos o projeto ficou em stand by, mas fomos apoiados pelo bispo local Dom Demetrio Valentini. Houve uma tentativa organizacional para criar uma empresa específica agro-ecológica para produção de orgânicos na região. Por falta de financiamentos nacional estadual e municipal o projeto ficou suspenso.
O conceito foi aplicado em cinco assentamentos na região de Andradina.
Em 2009, por iniciativa de Luiz Antonio Moraes, presidente da Câmara de Porto Ferreira, fui convidado para uma palestra onde foi proposta aos cinco municípios o projeto de desenvolvimento regional sustentável. Esta modalidade é única no Brasil e está criando as faces para o desenvolvimento regional sustentável que significa desenvolvimento econômico, conservação ambiental e desenvolvimento social.
A proposta é, a partir daí, criar o Projeto Terra Paulista. Esta iniciativa radica em buscar novas formulas econômicas de produção e geração de renda das diversas formas a conservação ambiental olhando os princípios das mudanças climáticas e o desenvolvimento social por foco de mudar, transformar, inovar e crescer.
Pergunta - Quais os principais benefícios que os municípios participantes podem esperar a partir da criação do Conselho Regional de Desenvolvimento Sustentável?
Adolfo Schmukler – O conselho é formado por três sub-conselhos: um deliberativo, um executivo e outro fiscal. Os benefícios esperados têm por motivo/razão uma recolocação dentro dos novos modelos de gestão administrativa e de desenvolvimento de projetos. O CDRS será uma entidade mista composta por prefeitura, instituições e empresas, onde se conta com apoio institucional da FIESP, Fórum de Líderes e também o apoio de várias secretarias do Estado de São Paulo. Acreditamos que esse modelo colaborativo/ participativo poderá agregar novos modelos de gestão econômica, uma visão mais ampla sobre a questão da mudança climática e gestão do modelo social, com preocupação em buscar alternativas de beneficiar as camadas excluídas terão uma nova oportunidade de inclusão no modelo econômico educacional participativo.
Pergunta - De acordo com o cronograma implantado, quando os municípios devem começar a desfrutar dos benefícios do projeto?
Adolfo Schmukler – O Projeto Terra Paulista tem uma missão estratégica para curto, mediano e longo prazo. Todos os cronogramas desenhados nas propostas a serem entregues na data de hoje dependem de recursos nacionais e internacionais e de vontade políticas. É difícil determinar o prazo, porém sabemos que dinheiro para o desenvolvimento sustentável não vai faltar nos próximos 10 anos, o que está faltando são projetos. A nossa preocupação atual é definir, estruturar e implementar um projeto de alta coerência, sem perder sua própria essência, para conseguir o fim a que está projetado.
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